segunda-feira, 8 de agosto de 2011



Mais uma ceia se foi. E mais um domingo de culto a Deus. Sim, eu me reuni com minha família para adorar ao meu Deus, para buscar sua presença, para falar com ele, para ouvir sua palavra, para compartilhar com meus irmãos o ideal de servir àquele que me salvou da morte. Sim eu me reuni com os meus irmãos para reafirmar juntamente com eles minha aliança com meu Deus. Quantas palavras eu disse a ele... Eu cantei juntamente com meus amigos, toquei um instrumento para expressar por meio de canções minha busca pela sua presença. Eu disse que ele é minha vida... Eu disse que estou voltando a amá-lo como nos primeiro dias, que estou voltando à essência do que é adorar... Eu pedi que ele reine sobre mim, sobre minha vida, sobre meu futuro, sobre minhas escolhas, minha história... Diante e ao lado de todos eu pedi para que ele venha com sua presença sobre minha vida, para que ele atraia meu coração todos os dias da minha vida, pois ele é tudo o que eu quero.

Sim, eu ouvi uma reflexão sobre a necessidade de amá-lo verdadeiramente, não somente com palavras. Eu ouvi uma mensagem profunda sobre a necessidade de mudar minha postura em relação ao meu Deus, sobre a necessidade de mudar a motivação do meu coração quanto àquilo que realizo para ele. Eu refleti e concordei sobre a necessidade de mudar radicalmente meu comportamento, pois não posso, para o meu próprio bem, aceitar viver uma vida mecânica diante dele. Não posso aceitar viver uma vida religiosa e sem sua presença. Sim, eu verdadeiramente senti necessidade de mudança, de transformação de minha mente e motivações, de transformação do meu coração e desejos, de ajustar minhas prioridades. Em determinados momentos eu me senti extremamente emocionado. Senti desejo de chorar e chorei. Senti desejo de ajoelhar. Ajoelhei. Deitei-me no chão, pois queria me sentir mais à vontade na presença dele. Eu queria me sentir em casa. Em determinados momentos eu ouvi a pregação associada à música e isso me fazia ficar mais atento ao que estava sendo dito, à presença do meu Deus naquela palavra e naquele ambiente, naquele templo... A dinâmica da música me envolvia, me emocionava, me embalava numa frequência intensa de oração. Minha alma estava sendo tocada... Eu sentia as palavras entrarem no meu coração... Era como se os acordes me despertassem para a realidade, a intensidade das palavras, a intensidade da música, das pessoas orando e expressando seu desejo de amar mais a Deus... Tudo isso me comovia e me impulsionava para mais perto dele. Ouve momentos em que eu disse a mim mesmo: É verdade! É verdade! Eu preciso mudar isso na minha vida... Não posso mais aceitar isso, viver isso... Amém... Eu vou mudar isso, eu vou começar uma nova história, uma nova caminhada com meu Deus. Eu vou adorá-lo de todo o meu coração, com todas as minhas forças... Amém. Ouve momentos em que eu disse que preciso dele mais do que nunca, mais do que qualquer coisa. Que ele é a fonte de minha alegria, minha realização... Minha vida, minha vida! Houve momentos em que declarei que preciso dele mais do que o ar que eu respiro, que eu o amo mais do que tudo. Que eu vivo para ele, que eu entrego minha vida em suas mãos para que ele me guie, para que me transforme, para que me mude, me restaure, me perdoe, me ajude, para que mude a minha maneira de viver. Para que ele coloque seu amor e sua vontade em meu coração. Eu disse que preciso dele, mais do que as palavras podem dizer... Tudo isso foi, na minha consciência, muito intenso e verdadeiro. Tudo isso foi sincero. Em tudo isso eu verdadeiramente senti sua presença viva em mim...

Agora se inicia um novo dia, uma nova semana. Há pouco tempo atrás eu estava dormindo. E agora eu estou trabalhado. Agora eu tenho que lidar com o dia a dia dos compromissos. Eu estou no trânsito. Eu estou lidando com os problemas, com as obrigações diárias. Projetos, pessoas, caminhos, circunstâncias da vida prática... Nesses contextos não há músicas sendo cantadas. Eu não estou sendo ministrado por meu líder espiritual. Ninguém está pregando para mim com intensidade e paixão. Não há alguém orando e chorando ao meu lado. Não ouço os acordes menores nem os maiores. Não ouço orações sendo cantadas com lindas melodias. Não ouço um teclado ao fundo de minha vida, não ouço uma bateria sendo tocada no ritmo dos meus passos, do meu coração. Não... Não há uma guitarra tocando sol maior e dó maior enquanto eu falo com as pessoas. Não há um violão sendo dedilhado em lá e mi menor enquanto eu ando pelas ruas. Agora eu me deparo com o ritmo do cotidiano... Agora eu ouço o som dos carros nas ruas... Agora eu escuto os passos das pessoas andando pelas estações de trem, em busca pela subsistência... O que eu escuto são os rumores da multidão andando pelos frios corredores das estações de metrô. Agora eu ouço a pregação da vida prática tentando convencer-me a viver no seu ritmo. Agora eu não ouço as pessoas chorando de comoção pela presença de Deus, mas o que posso ouvir é o silêncio do sentido que tenta nos envolver e os choros das pessoas que andam pelas ruas da vida, sem esperança... E então? E agora? Eu me deixarei levar por esse ritmo? Serei embalado ao som dos motores e dos teclados dos computadores? O culto acabou? O que resta do meu culto?

O culto deve continuar. Eu não estou sozinho. Eu não preciso estar sozinho. Eu posso atrair a presença dele com meu coração. Eu posso me conectar a ele aqui e agora, onde eu estou. Não importa o local, a hora, o contexto, o espaço, o tempo. Eu posso andar com ele. Eu posso andar na presença dele. Eu posso viver na presença dele. Ele está comigo. Ele está agora comigo. Enquanto eu faço o meu trabalho eu posso atraí-lo com meu coração. Enquanto eu ando pelas ruas eu posso procurá-lo. Enquanto eu penso eu posso chamá-lo. Enquanto eu vivo, eu posso cultuá-lo com meu coração. Enquanto eu falo com as pessoas posso sentir e perceber sua presença no ambiente. Eu posso cultuá-lo porque ele está em mim. Eu posso cultuá-lo porque eu sou seu templo vivo. Eu posso cultuá-lo enquanto eu vivo, aqui e agora! Na vida prática, no cotidiano eu posso desejá-lo. Minha vida pode ser um culto contínuo ao Deus da minha salvação porque ele esta aqui comigo. Eu posso dar-lhe o meu maior louvor. Eu posso adorá-lo quando eu tiver que lidar com uma situação difícil no meu trabalho, quando eu perdoar alguém, quando eu ajudar alguém. Quando eu amar a pessoa que está pedindo ajuda no farol, ao invés de me sentir importunado por ela. Eu posso orar por alguém no trabalho, na rua... Eu posso cultuá-lo dando meu melhor nesse trabalho. Mais do que as canções que eu canto, eu posso dar-lhe a minha vida. Eu não preciso andar sozinho, eu não preciso trabalhar sozinho. Eu posso andar com ele, eu posso andar com ele, eu posso trabalhar com ele, pensar com ele. Eu posso pedir sua ajuda, pedir sua presença em meu coração, em minha vida, continuamente, diariamente, aqui, agora. Enquanto eu viver posso cultuá-lo, com meus atos, com minhas reações, minha mente, com minha vida. Eu posso viver as canções! Eu posso viver as orações, as palavras, o culto... Ele está comigo enquanto eu leio esse texto. Enquanto eu vivo o culto, o culto está vivo em mim.


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